A Nova Face da Educação

A Nova Face da Educação
Por muitos caminhos diferentes e de múltiplos modos cheguei eu à minha verdade; não por uma única escada subi até a altura onde meus olhos percorrem o mundo. E nunca gostei de perguntar por caminhos, - isso, ao meu ver, sempre repugna! Preferiria perguntar e submeter à prova os próprios caminhos. Um ensaiar e perguntar foi todo o meu caminhar – e, na verdade, também tem-se de aprender a responder a tal pergunta! Este é o meu gosto, do qual já não me envergonho nem escondo. “Este – é meu caminho, - onde está o vosso?”, assim respondia eu aos que me perguntaram “pelo caminho”. O caminho, na verdade, não existe! Zaratustra

quinta-feira, 7 de julho de 2011

LER E ESCREVER NA CULTURA DIGITAL


O texto nos leva a refletir sobre a evolução da escrita, onde nas culturas que não se conheciam a escrita, o saber e a inteligência praticamente se identificavam com a memória, em especial a auditiva; o mito funcionava como estratégia para garantir a preservação de crenças e valores.
Numa segunda etapa da história humana, mudaram as relações entre o indivíduo e a memória social. O sujeito pôde projetar sua visão de mundo, sua cultura, seus sentimentos e vivências, no papel. Ajudando a tecer, linha após linha, as páginas da História.
a memória de uma cultura já não cabe apenas no conto: ela é constituída de documentos, vestígios, registros históricos, datas e aerquivos. Tudo passa a estar inscrito numa cronologia.
Seeguindo a tendência da busca e da valorização da objetividade e da neutralidade, contra a diversidade de interpretações, a escola estuda a língua como fenômeno estático, direcionando o ensino para a sistematização das normas, para a adequação ao sistema, sem abrir espaço para a diversidade, para a multiplicidade de interpretação dos signos, para as intenções dos falantes. Daí o predomínio das linguagens matemáticas ou "exatas", que não se prestam à polissemia; pois, como aconselhava Francis Bacon, é mais seguro
"...imitar a sabedoria dos matemáticos, estabelecendo desde
início as definições de nossas palavras e termos, para que
outros possam saber como os aceitamos e entendemos, e decidir
se concordam ou não conosco" (apud Hacking, 1999).
O conhecimento escolar da cultura letrada se estruturou como as páginas de um livro: linear, encadeado e segmentado.
Astle escreveu em 1874 que "a mais nobre aquisição da humanidade é a fala, e a arte mais sutil é a escrita; a primeira distingue eminentemente o homem da criatura bruta, e a segunda, dos celvagens sem civilização" (apud Olson, 1997).

A cibercultura
A conexão simultânea dos atores da comunicação a uma mesma rede traz uma relação totalmente nova com os conceitos de contexto, espaço e temporalidade. Do horizonte do eterno retorno das narrativas, e da linearidade das culturas letradas, passamos a uma percepção do tempo, mais do que como linhas, como pontos ou segmentos da imensa rede pela qual nos movimentamos. Vivemos num ritmo de velocidade pura: como afirma Lévy (1993), não há horizonte, nem ponto-limite, um "fim" no término da linha.
O megadesign hipertextual reconfigura todo o espaço. Trata-se de um ciberespaço, interativo ee receptivo a todas as vozes conectadas que desejem escrever uma parte do megatexto produzido pela inteligência coletiva.
Como afirman Landow w Delany (1991), a hipertextualidade não é um mero produto da tecnologia, e sim um modelo relacionado com as formas de produzir e de organizar o conhecimento, substituindo sistemas conceituais fundados nas idéias de margem, hierarquia, linearidade, por outros de multilinearidade, nós, links e redes".
O que é um hipertexto? Como o próprio nomee diz, é algo que está numa posição superior à do texto, que vai além do texto. Dentro do hipertexto existem vários links, que permitem tecer o caminho para outras janelas, conectando algumas expressões com novos textos, fazendo com que estes se distanciem da liearidade da página e se pareçam mais com uma rede. Na internet, cada site é um hipertexto - clicando em certas palavras vamos para novos trechos, e vamos construindo, nós mesmos, uma espécie de texto. Na definição de Jay Bolter (1991): "as partes de um hipertexto podem ser agrupadas e reagrupadas pelo leitor".
Cada uma das páginas da rede é construída por vários autores: designers, projetistas gráficos, programadores, autores do conteúdo do texto. Cada percurso textual é tecido de maneira original e única pelo leitor cibernético. Não existe, portanto, um único autor: seria mais adequado falar de um sujeito coletivo, uma reunião e interação de consciências que produzem conhecimento e navegam juntas.
(RAMAL, Andrea Cecilia. Ler e escrever na cultura digital. Porto Alegre: Revista Pátio, ano 4, nº14)
 
fonte:http://alivane.blogspot.com/2009/07/ler-e-escrever-na-cultura-digital.html

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