A Nova Face da Educação

A Nova Face da Educação
Por muitos caminhos diferentes e de múltiplos modos cheguei eu à minha verdade; não por uma única escada subi até a altura onde meus olhos percorrem o mundo. E nunca gostei de perguntar por caminhos, - isso, ao meu ver, sempre repugna! Preferiria perguntar e submeter à prova os próprios caminhos. Um ensaiar e perguntar foi todo o meu caminhar – e, na verdade, também tem-se de aprender a responder a tal pergunta! Este é o meu gosto, do qual já não me envergonho nem escondo. “Este – é meu caminho, - onde está o vosso?”, assim respondia eu aos que me perguntaram “pelo caminho”. O caminho, na verdade, não existe! Zaratustra

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O computador vai substituir o professor?

O diálogo que vou propor nesta coluna é sobre a escola. Acho que precisamos conversar sobre isso. A Internet está trazendo consigo um novo modelo de educação, uma forma diferente de aprendizagem, e precisamos entendê-lo, apropriar-nos disso, ser protagonistas da mudança.

Precisamos conversar principalmente porque a existência dessa grande rede nos faz pensar na escola que temos, ainda tão fechada, limitada, desconectada do mundo, da vida do aluno; ainda tão distante da realidade de imagens, sons, cores e palavras em hipermídia que constitui a nossa vida hoje.

Precisamos conversar sobre nossos sonhos para a escola, pois, se vocês não sabem, há séculos nós, pedagogos, acumulamos sonhos sobre a sala de aula. Ivan Illich sonhava com uma educação que não fosse limitada às instituições, que formalizam tudo. Jean-Jacques Rousseau pensava numa escola que não corrompesse o homem, deixando simplesmente vir à tona o que temos de melhor. Jean Piaget queria que os níveis mentais fossem respeitados, sem pular etapas, para que não tivéssemos que aprender aos saltos, ou decorar o que não entendemos. Freinet sonhava com uma escola que permitisse o prazer, a aprendizagem agradável e divertida. Paulo Freire sonhava com um lugar em que o saber do aluno fosse valorizado, onde a relação vivida nas aulas fosse o ponto de partida para uma grande transformação do mundo. Goleman escreve sobre uma escola que permita desenvolver o lado emocional, que tenha espaço para as artes, a música, as coisas que, enfim, nos fazem mais humanos.

Mas não soubemos concretizar muitos desses sonhos. Talvez ainda não tivemos tempo, porque era preciso primeiro preparar aulas, corrigir provas, anotar no quadro e nos cadernos tantas e tantas explicações.
De repente a tecnologia entra na escola e nos obriga a recuperar tudo isso. A presença da máquina leva todo professor a se perguntar: como é a minha aula? Do que decorre: será que o professor vai ser substituído pelo computador? E sabemos que a resposta é sim, não temos a menor dúvida. Explico: é que o pior de nós vai ser substituído.

A nossa pior aula, o lado repetitivo, burocrático e por vezes até acomodado da escola, esse vamos deixar para o computador. Ele saberá transformar nossas exposições maçantes em aulas multimídia interativas, em hipertextos fascinantes, em telas coloridas e interfaces amigáveis preparadas para a construção do saber. Então poderemos, finalmente, ficar com a melhor parte, aquela para a qual  não nos sobrava tempo, porque pensávamos que devíamos transmitir conhecimentos.

Vamos receber de herança os sonhos de todas as outras gerações, redimi-las realizando tudo o que não puderam conhecer. Agora sim, está em nossas mãos a derrubada dos muros para fazer conexões com o mundo, a criação do espaço para a arte e a poesia, o tempo para o diálogo amigo, o trabalho cooperativo, a discussão coletiva, a partilha dos sentidos. Está em nossas mãos a construção de uma escola mais feliz, feita por mestres e alunos que saibam, juntos, propor links e janelas para a sala de aula, onde aprender não seja uma tarefa árdua e penosa, mas sim uma aventura. Então será preciso que cada mestre se despeça da figura de professor transmissor de conteúdos que há em si mesmo, e que os alunos abandonem seu papel de receptores passivos. Isso é o pior de todos nós, não nos daremos mais a conhecer assim.

Vamos tentar construir juntos algo novo. É claro que nós, professores, vamos precisar de ajuda: os alunos saberão nos dizer como fazer. Será que eles aceitam ser nossos mestres? Acho que sim, é só por este próximo milênio. Nessa nova sala de aula, na verdade todos serão mestres.

E, curiosamente, a gente vai aprender como nunca.

Andrea Cecília Ramal (Módulo: Introdução à Educação Digital, Guia do cursista, pag. 166)

10 comentários:

  1. Eu acho que precisamos entender que o computador e a Internet estão revolucionando com seu novo modelo de educação, que de fato, já é uma forma diferente de aprendizagem, mas estes podem ser vistos não como substitutos, mas como aliados do professor no processo de ensino. Tornando-se assim necessário uma preparação destes profissionais da educação nesta área, para que os mesmos estejam ao nível de seus alunos.
    Joselma

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  2. Acredito que jamais uma máquina ou mesmo o computador possa substituir alguém em qualquer área de trabalho, de uma forma ou de outra a uma necessidade da presensa do ser humano para manuseá-lo, sozinho ele não funciona.

    Mariza Guimarães.

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  3. É bem provável que em tempos futuros não muito distantes,teremos o ponto mais culminante da tecnologia: a máquina substituirá o homem por completo em todas as áreas profissionais. Viveremos aí para os adeptos à tecnologia um momento de plena satisfação, pois a vida ficará cada vez mais cômoda e o homem mostrará que sua inteligência está sendo bem utilizada.
    Na educação não o será diferente .O professor, pelo que vejo,será substituído pelo computador. Que pena. A fala,o abraço, o afeto do professor talvez não terá tanta importância. Mas de uma coisa tenho certeza: o computador precisará de um professor para ensinar a manuseá-lo. Então, nunca a máquina substituirá nós humanos. Fomos criados por Deus e não por homens.

    Ildemá Tadeu e Jucieide

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  4. Diante do exposto no texto apresentado, foi possível observar que no mundo em que vivemos,a tecnologia está sempre avançando.E nós como educadores temos que acordar e vivenciar essa realidade. Pois,sabemos que se pararmos no tempo e não buscarmos nos aperfeiçoarmos, com certeza ficaremos estacionados e nossos alunos por falta de informações por parte dos educadores, procurarão outros meios para aprender, ou ficarão estacionados também.

    Idnei

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  5. "O computador substituirá o professor?" Claro que não! A parceria entre ambos representa, certamente, o grande desafio para o momento que vivemos. O computador já é uma realidade e estar sendo aperfeiçoada... quanto a nós, precisamos ainda percorrer longo (mas possível) caminho para nos adaptar perfeitamente a essa importante ferramenta. A sociedade, a escola... todos precisam de nós sabendo usar o computador... que também precisa de quem o saiba utilizar bem. Muito obrigado ao inventor desse nosso presente/futuro parceiro!

    Zé Carlos

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  6. O computador substituirá o professor? De certa forma sim, ele subtituirá aquele professor que só se preocupa com o burocrático.Trabalhando até de forma mais atraente e significativa para que o aluno possa aprender,mas, por outro lado o professor terá uma grande oportunidade de "derrubar os muros para fazer conexão com o mundo", haverá mais tempo para o diálogo , cooperativismo, discussão coletiva e saberes compartilhados.
    Contudo, esta transformação da sala de aula requer que o professor deixe de ser um transmissor de conteúdo, e o aluno um ser ativo na construção do conhecimento.

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  7. O computador substituirá o professor? De certa forma sim, ele subtituirá aquele professor que não se preocupa em trabalhar de maneira a oferecer além de conteúdos ,carinho, afeto e principalmente valores. O professor diante do que se tem visto a respeito da tecnologia e pra que concilie este precioso auxílio na sala de aula deve ser mediador do conhecimento e o aluno agente ativo e construtor deste conhecimento para quea aprendizagem aconteça.
    Sendo esta transformação da sala de aula requer que o professor deixe de ser um transmissor de conteúdo, e o aluno um ser ativo na construção do conhecimento.

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  8. Eu acho que o computador nunca poderá substituir o professor, porém irá substituir sim as práticas ultrapassadas e desarticuladas da realidade e necessidades dos alunos. O computador é um valioso recurso tecnológico de informação e comunicação para o professor e aluno, mas nunca assumirá o papel crítico de formador consciente dos princípios e valores tão necessários para o processo de construção do conhecimento. Portanto o professor precisa ser um usuário dessa máquina tão atraente e presente na vida de seus alunos, utilizando-a como grande parceiro em suas aulas.

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  9. Eis a questão...
    Mas, creio que o diferencial estará no estilo do professor
    pq aquele que deixa de ser pesquisador e inovador poderá ser substituído pelo PC, no entanto os profissionais que são compromissados com a missão de formador de opnião e de caráter...nunca poderão ser substituídos, cabe a nós alcançarmos a nova era para não
    sermos engolidos por ela.

    DANIELA SOARES

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  10. Se o professor ainda tiver como concepção de educação na atualidade, um processo mecânico que tem a função de transmitir informações desprovidas de discussão e diálogo; este já fora substituído.
    Diante do avanço tecnológico presente na sociedade atual, e portanto presente na vida de todos nós a escola precisa sentir-se parte integrante deste processo e pensar uma prática educativa que atenda a demanda que vivenciamos.
    O professor que acompanha em tempo real as mudanças que ocorre no meio em que vivencia proporcionando uma discussão crítica a cerca desta realidade jamais será substituido.

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